terça-feira, 30 de junho de 2009

Post 29

Tem dia que é osso processar as coisas que eu vejo. Não sei se é pelo astigmatismo ou pelo cansaço. Acho que são os dois. É muita gente, muitos rostos, muitas histórias e eu tenho que prestar atenção em tudo. Aí, quando eu chego em casa, com fome, preciso inventar alguma besteira. Então eu preciso escrever, busco refúgio em uma música e começo. Eu coloco um elemento de ligação, depois algo que agarre o leitor pelos cabelos, dê-lhe arrepios, daí faço analogias que julgo interessantes, misturo sentimentos numa descrição que não me seja convencional e voilá! Tenho um parágrafo! Só faltam vinte e um! Então mudo de idéia e jogo WoW até ter que dormir, porque no dia seguinte tem mais um turbilhão de informações para processar. WoW é fácil, automático, não cansa, só vicia. O vício não esvazia minha cabeça. Depois, quando eu durmo, não sonho com nada. Ou isso ou esqueço o sonho quando acordo assustado com o despertador, quando toda a informação do dia anterior volta à vida e reiniciamos a espiral.

domingo, 7 de junho de 2009

Post 28

Eu tive 21 dias pra escrever um conto com um tema formal. No 20º dia eu ainda não havia escrito nada, mais por falta de coragem do que por falta de idéia, mas quando o praZo apertou mesmo, no 21º dia, então eu comecei e escrevi sofridas cinco páginas. O que aconteceu foi que eu só consegui entregar o conto completo no 25º dia e, mesmo assim, sem as fontes que eu queria, sem a forma que eu queria e sem o impacto que eu queria. Eu mesmo não simpatiZei com nenhum personagem nem mesmo com o conto. Para mim eu havia deixado bem claro que praticamente o conto todo foi escrito apenas por causa do praZo.

Ontem tivemos uma reunião e eu me surpreendi com o resultado. Me fiZeram ver elementos que eu mesmo não havia enxergado. Queria pedir desculpas ao conto e principalmente pelo desrespeito que tive com o Lucas.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Post 27

Acorda, toma banho, escova os dentes, coloca uma roupa passada, come sucrilhos, liga o carro, sai da garagem, pára o carro, sai do carro, fecha o portão, volta pro carro, sai pro trabalho, enfrenta transito, chega atrasado, leva bronca, trabalha até a hora do almoço, almoça em algum lugar barato de qualidade duvidosa, diz para um mendigo que não tem dinheiro, volta pro trabalho, atrasado de novo, leva outra bronca, trabalha mais, vai ao banheiro mais do que o necessário para matar tempo, termina o expediente, paga o estacionamento, entra no carro, volta pra casa, enfrenta mais trânsito, xinga pessoas, é xingado por pessoas, passa devagar por um acidente, se decepciona quando não vê corpos, acelera, enfrenta mais um pouco de trânsito, passa na padaria lotada, compra pão, chega em casa, sai do carro, abre o portão, entra com o carro, sai do carro, entra em casa, dá boa noite para a mulher que cozinha e os filhos que jogam video game, coloca o pijama, vê um pouco de TV, janta, vê mais TV, não tem vontade de fazer sexo e dorme.

Esse é o American Dream.