segunda-feira, 21 de julho de 2008

Post 11

Trinta e três veZes penso, apenas uma executo. Melhor então manter um diário. TalveZ melhor ainda seja executar mais veZes. É cansativo, é difícil, é quase impossível, a inércia não permite. O mundo é um lugar pequeno por conta disso, mas também por isso é um lugar que anseia pela própria expansão. Expandir a influência que eu tenho nesse mundo pode ser satisfatório, mas também são grilhões que me impedem de ir adiante. É uma jaula que eu forjo em volta de mim mesmo. Ao invés disso, então, é melhor ampliar o mundo em si. Não parece difícil. Se cada um tem o seu mundo, a minha influência no meu tende a ser a maior possível sempre, portanto eu deveria poder expandi-lo sempre que eu quisesse. É só um hipótese, talveZ na prática nada disso faça sentido.

A estratégia que eu vou usar é uma só: a cada final de semana faZer algo que eu nunca fiZ. A novidade é um muro na minha frente. Bloqueia minha passagem, bloqueia minha visão e quebra a minha muleta mais forte: a previsão. Se eu não prevejo, eu não planejo e se eu não planejo, eu não exploro. A idéia é abrir um portão nesse muro e entrar de olhos fechados. O que virá depois cabe ao acaso me responder.


Aô!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Post 10

O que eu faço pra me sentir realmente bem com o que eu escrevo? Geralmente eu acho que é uma boa idéia com um péssimo texto e isso me desanima, porque boas idéias qualquer um consegue ter, mas é a habilidade de passá-las para o papel de modo claro e envolvente que faZ um escritor. É justamente isso que eu não vejo em mim. Como eu treino isso?

domingo, 6 de julho de 2008

Post 9



FLIP

Esse está sendo um puta final de semana!!! Sexta-feira eu, o NeveZ, o FeZta, o Giba e a Luisa tentamos dormir no NeveZ. O que aconteceu na verdade foi que eu terminei de escrever meu conto e fui dormir pq precisava dirigir, mas isso rendeu pouco menos de uma hora de sono...e eu tinha quatro horas de viagem pela frente. O NeveZ, o Giba e a Luisa não dormiram, pq ficaram revisando meu texto. Deuses, depois disso a coisa precisava valer a pena, pq já não envolvia somente a mim, mas todo mundo que foi junto, que participou da escrita do conto.
Eu acordei, logicamente esbudegado, e levamos o FeZta até a casa dele. Depois seguimos viagem. A neblina estava fodamente densa. Literalmente, não dava pra ver os lados da estrada e, muitas veZes a própria estrada. O Giba era o unico que estava acordado até aquele momento, mas nessa hora, cedeu. Aquela minha uma hora de sono, o completo desconhecimento do caminho, a não ser por referências imersas na neblina e o fato de todos estarem dormindo me causaram um efeito mais violento do que se eu tivesse bebido toda a fábrica da Nescafé. Segui, entao, por quase tres horas de viagem. A paisagem era foda e eu tentava acordar o NeveZ qdo via um rio estaile ou algo assim, mas ele levantava, comentava e não acordava, logo nao via nada (puto do caralho). Quando chegamos a Ubatuba, o Giba acordou, e no caminho para Paraty, o NeveZ e a Luisa acordaram tb.
Chegando em Paraty, fui direto para a FLIP e estacionei na frente do Centro Histórico. Faltava uma hora para a palestra do Gaiman e do Richard Price, então fomos procurar comida. O Centro Histórico de lá é muito gente boa! O chão é todo de pedras irregulares e eu estava torcendo pro NeveZ torcer o pé! O FeZta sabe como é engraçado quando isso acontece, embora o NeveZ não concorde com isso. Os estabelecimentos de lá são demais, com construções antigas e lugares que, vistos de fora são pequenos, mas dentro são rústicos e aconchegantes. No fim o NeveZ não torceu o pé, mas mesmo assim eu estava feliZ. Estava nervoso também porque não sabia como faZer o conto chegar nas mãos do Gaiman. O único estabelecimento aberto vendendo comida era uma barraca de pastel. Pastel caro e de 30cm, aliás. Enquanto comíamos, escrevi uma carta para o Neil Gaiman na última folha. Escrevi que precisava de uma opinião profissional sobre o meu conto e que, se ele lesse, poderia me mandar um e-mail. Agradeci por ele ter me inspirado. Aquilo pareceu apropriado. Depois de comer, o Giba conseguiu um grampeador com a atendente da barraca. Grampeamos o conto e fomos ver a palestra. O NeveZ foi dar uma volta, porque ele não tinha ingresso. Eu, o Giba e a Luisa entramos e pegamos os fones da tradução simultanea. Eu queria mesmo ver em inglês e só peguei o fone por via das dúvidas. Depois de tumultos na fila e pessoas mal-educadas, encontramos lugares para sentar.
Minha mãe já tinha me avisado, mas ainda assim fiquei surpreso quando vi que o Marcelo Tas ia ser o mediador da conversa. O cara é foda! O maldito fone me traiu no começo, pq na tenda do telão, onde estavamos, a tradução simultanea era feita diretamente nos alto-falantes e, mesmo quando eu colquei no canal em inglês no meu aparelho, eu não entendia nada por causa da tradução no ambiente e do chiado do aparelho. Resolvi deixar no canal em portugues mesmo. Só no final o Giba me ensinou o macete para tirar o chiado.
A palestra foi muito foda e o conto que o Gaiman leu foi demais. Quando tudo terminou saimos, encontramos o NeveZ e fomos camperar na tenda que o Gaiman estava, que ficava do outro lado do rio. Ficamos por ali um tempo, como idiotas. Só depois, através de uma amiga da minha mãe, descobrimos que ele poderia estar dando autógrafos na frente da tenda do telão. Fomos correndo de volta para o outro lado do rio e, no caminho, vimos o Rafael CorteZ (que o NeveZ já tinha visto quando foi dar um rolê) e o Luis Fernando Veríssimo. Chegando no lugar, vimos que a fila era quilométrica. Resultado: Quatro horas e pouco na fila.
Deu tempo de comer cachorro-quente, dar rolês em equipes, conversar com pessoas, ver uma menina de moicano roxo ter fotos tiradas 912 veZes, receber folhetos de monges que cantavam, comprar livros, tomar sorvete e ver o pessoal do Museu da Pessoa, que estava lá. Deu tempo até de ver a Maitê Proença dando um rolê. Quando chegamos perto do Gaiman, meu coração disparou forte. E se ele não aceitasse o meu conto? E se ele nem olhasse na minha cara por se achar pra cacete? Eu comecei a tremer e o Giba começou a filmar. A mulher da organização veio avisar que o Gaiman estava ficando cansado e só assinaria dois livros de cada um, além de não parar mais pra foto.
Finalmente chegou minha veZ. Eu separei o Deuses Americanos por ser o primeiro livro que eu li dele, e o Dangerous Alphabet, livro infantil que eu tinha acabado de comprar e que eu sabia que ninguem levaria. Meu raciocinio foi: se eu quero que ele aceite meu conto, é bom começar mostrando algo diferente do que ele viu o dia todo. Cheguei na frente dele e dei o papel com meu nome escrito: Rica. Ele leu e assinou Deuses Americanos, eu passei o Dangerous Alphabet e me abaixei para ficar da mesma altura que ele. Eu entreguei o conto e disse que era uma história que eu escrevi e que queria entregá-la para ele de presente. Ele olhou pra mim surpreso (pelo menos essa foi minha impressão), agradeceu, passou para a moça do lado dele, que estava guardando as coisas que ele recebia e disse que eu era muito gentil. Eu adorei aquilo! Era isso mesmo que eu queria! Eu também disse a ele que havia uma carta na ultima pagina e que eu queria que ele lêsse. A moça do lado (que ele havia designado como secretária) mostrou a carta, ele viu, agradeceu e ela guardou. Ao sair, dei a mão para ele, agradeci e ele agradeceu pelo conto. Depois eu filmei o Giba e a Luisa recebendo autógrafos. Todos nós saimos fodamente feliZes e realiZados. Aquela foi uma quest de todos nós! Se ele não aceitasse o conto, todos nós iriamos sair irritados, mas, naquele momento valeu a pena. Eu sei, ele pode não ler o conto, mas eu fiZ minha parte, não vou pensar no "e se..?".
Ao sair de lá fomos para a casa da Potira, em Ubatuba, que é a uma hora de viagem de Paraty. Todos nós estávamos empolgados com tudo: a missão comprida, a viagem, a cidade e a companhia. No caminho, começou a parte trash.
Vimos duas pessoas andando na estrada e uma terceira caida no acostamento. As pessoas que estavam de pé pareciam procurar ajuda. O Giba ligou para o resgate e eles disseram que alguem já havia ligado, portanto já havia um carro a caminho. Depois disso feito, seguimos em frente. Eu estava, então, com uma hora dormida, quatro viajadas e quatro numa fila. O farol ligado e a estrada escura com os risquinhos regularmente desenhados passando do meu lado, foram fatores que não me deixaram muito acordado. O NeveZ tentava me manter acordado, mas não estava dando certo. Eu sentia que ia pescar e logo me concentrava em algo que me mantivesse acordado. Não demorou muito, eu apaguei por poucos segundos. Acordei invadindo a pista da contra-mão numa curva. Voltei num pulo e parei no acostamento. Pedi pro NeveZ continuar dirigindo e passei pro banco de trás. Foi ai que o NeveZ usou alguma técnica de teleporte (provavelmente aprendida no Ninjutsu) e chegamos rapido em Ubatuba. No banco de trás, no meio de cobertores e travesseiros, eu perdi completamente o sono.
Chegamos na casa da Potira e eu tive uma surpresa. O pitbull dela estava lá, solto, contrariando o que ela havia me dito. Eu tremi na base. Me falaram qu o cachorro era bonZiho, mas sabe como são essas coisas. O médico sempre fala que não vai doer e depois é obrigado a te subornar com doces. O NeveZ, o Giba e a Luisa foram até o portão e o cachorro nem latiu. Abriram o portão e ele saiu. De pé, ele devia ter quase a minha altura e sua cabeça era do tamanho de uma bola de futsal. Ele era enorme e musculoso. Saiu correndo...e abanando o rabo. Cheirou as plantas do lado de fora, subiu na porta do carro para ver o que tinha dentro e correu de novo para dentro. Eu entrei com o carro, fechamos o portão e ficamos brincando com a versão cavalar da Raia. A casa era estilosa! De fora parecia pequena, mas era bem grande. Dormimos todos no mesmo quarto e no dia seguinte, depois de dormir muito e profundamente, arrumamos as coisas no carro. Deu tempo de brincar mais com o cachorro e descobrir que ele estava com alguma infecção no pinto. Ele também estava mastigando garrafas pet. Arrancava seus pedaços e mastigava. Ele era tão grande que pisou no meu pé e no da Luisa e isso doeu bastante. Depois de brincarmos um pouco com o cachorro, seguimos viagem. Almoçamos na serra e aqui estou. FaZendo um balanço final, foi uma das melhores viagens da minha vida. Uma puta duma quest! Obrigado a todo mundo que me ajudou, principalmente ao NeveZ, ao Giba e à Luisa, por terem entrado de cabeça na proposta! Obrigado mesmo! Não teria dado certo sem vocês!!!

Recado pra Bruna: Bu, eu tentei encontrar um presente para você, mas não achei nada que fosse legal o suficiente. Eu não sou bom para escolher presente, principalmente para você! Mas não se preocupe, eu vou encher você de coisas quando você chegar, tá bom? Estou esperando! Bjaum, linda!!! Amo vc!!!

Aô!!!