sexta-feira, 11 de março de 2011

Post 45 - Fraternidade é relativo

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Conheço muita gente há muito tempo, às vezes você também. E, como eu, você sabe que pessoas podem se juntar e se separar pelos motivos mais (des)interessantes. Acontece que quando éramos pequenos não sabíamos, mas a nossa vida não segue no mesmo caminho daqueles que escolhemos seguir, ninguém está grudado. É como se antes houvesse um ninho e todo mundo ficasse lá, ninguém caía porque os outros não deixavam. Não era opção de ninguém estar no ninho, mas é como as coisas funcionavam. Quando alguém caía do ninho ou aprendia a voar, aqueles que ficavam sentiam uma tristeza que tinha mais de inveja e ciúme do que qualquer outra coisa. Agora chegou o momento em que todos aprenderam a voar. Uns voam mais torto, outros são muito bons no rasante, outros ficam dando piruetas e voando em círculos, mas nossas asas cresceram no mesmo lugar.
Deixando de lado a metáfora do passarinho - porque eu já estou começando a imaginar algumas pessoas em forma de periquito -, o que acontece é que agora somos livres uns dos outros e, algumas vezes isso é maravilhoso, outras é desesperador. O importante é continuar seguindo em frente.
Não sei com você, mas acho que seu conceito, assim como o meu, é facilmente adaptavel. Certas pessoas - e não tipos de pessoa, porque eu odeio isso - merecem diferentes tipos de amizade. Não tem essa de "Amigo meu tem que blablabla". Não tem "amigo meu", tem um monte de gente diferente, com histórias cada dia mais diferentes, personalidades ambulantes e visões de mundo transitórias. Assim precisa ser a relação entre você e o resto do mundo. Eu não falo de sexo com tal amigo meu, não falo de política com tal amiga minha, não falo de religião com o outro, nem de amizade com aqueles ali, e prefiro não falar de amor com ninguém. Existem aqueles com os quais eu não falo sobre nada e mesmo assim os considero tão especiais quanto aqueles com os quais eu falo sobre (quase) tudo.
Amizade tem limite, assim como qualquer outra relação humana e isso não a torna menos bela. Por mais que hoje eu não fale com você, eu me lembro muito bem do ninho e de onde nos formamos pessoas. Posso não saber que pessoa você é hoje, mas eu guardo os bons e os maus momentos com saudade. Todas as coisas, boas ou ruins, passam, mas precisam ficar guardadas, não com rancor, mas como experiências sempre válidas. Assim como eu não deixo ninguém passar em branco, tudo que peço de volta é que você e os outros guardem a experiência, entendendo que há mais história a ser construída.