Post 24

Hoje me peguei nostálgico de novo. Pela primeira vez, no entanto, me senti nostálgico não quanto a aspectos sociais e cotidianos, mas em relação a algo muio mais intrínseco, muito mais particular e oculto. Eu e todo mundo lutamos contra nossas naturezas cada vez mais egoístas. Aliás não sei bem se é a natureza ou o mundo que nos cerca neste tempo e lugar. O mundaréu de gente por todos os lados não permite nenhum altruísmo, portanto somos induzidos a pensar primeiro no próprio umbigo. Nossas experiências pessoais e dores que sofremos devido à convivência com outras pessoas fazem com que nos voltemos mais ainda para dentro. Apesar disso, no fundo sabemos que para vivermos em harmonia com nosso mundo, precisamos considerar os outros. Uns tentam mais, outros menos. Uns apanham quietos e outros, ao menor sinal de ameaçã se voltam contra tudo e contra todos. Eu não vim falar sobre nenhuma fórmula de resolver isso, afinal, essa é uma luta diária de cada um e eu tento fazer minha parte. Eu só queria deixar claro que o simples fato de viver machuca as pessoas à nossa volta. Eu devo ter machucado muita gente, às vezes sabendo disso, às vezes não. Do mesmo modo, eu também me machuquei, sem saber se a pessoa fazia ou não de propósito. O mundo é um mal-entendido. Se o maniqueísmo fosse aplicável a relações humanas, eu diria que todos têm seus momentos de santo e de pecador. Machucar as pessoas não faz parte da minha natureza, mas se eu pequei nesse sentido, asseguro que não foi proposital e que nenhum pecado é livre de salvação. Só a religião para enfiar essas coisas nas nossas cabeças.