terça-feira, 7 de abril de 2009

Post 20

"A alteração do padrão do comportamento das pessoas imposta pela preeminência das máquinas, das engenharias de fluxos e do compasso acelerado do conjunto, como seria inevitável, acaba também provocando uma mudança no quadro de valores da sociedade. Afinal, agora os indivíduos não serão mais avaliados pelas suas qualidades mais pessoais ou pelas diferenças que tornam única a sua personalidade. Não há tempo nem espaço para isso. Nessas grandes metrópoles em rápido crescimento, todos vieram de algum lugar; portanto, praticamente ninguém conhece ninguém, cada qual tem uma história à parte, e são tantos e estão todos o tempo todo tão ocupados, que a forma prática de identificar e conhecer os outros é a mais rápida e direta: pela maneira como se vestem, pelos objetos simbólicos que exibem, pelo modo e pelo tom com que falam, pelo seu jeito de se comportar.
Ou seja, a comunicação básica, aquela que precede a fala e estabelece relações de aproximação, é toda ela externa e baseada em símbolos exteriores. Como esses códigos mudam com extrema rapidez, exatamente para evitar que alguém possa imitar ou representar características e posição que não condizem com sua real condição, estamos já no império das modas. As pessoas são aquilo que consomem. O fundamental da comunicação - o potencial de atrair e cativar - já não está mais concentrado nas qualidades humanas da pessoa, mas na qualidade das mercadorias que ela ostenta, no capital aplicado não só em vestuário, adereços e objetos pessoais, mas também nos recursos e no tempo livre empenhados no desenvolvimento e na modelagem de seu corpo, na sua educação e no aperfeiçoamento de suas habilidades de expressão. Em outras palavras, sua visibilidade social e seu poder de sedução são diretamente proporcionais ao seu poder de compra.
"

- Nicolau Sevcenko. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa, coleção Virando Séculos.

7 comentários:

Unknown disse...

olha...eu nao concordo com muitas coisas...achei tudo isso um pouco superficial...O.o

Unknown disse...

acho q fui um pouco extremista...me corrigindo entao...eu acho que esses padroes comportamentais estao sempre em mudança. sempre houve interesse material ne história da espécie humana. quando se ignora isso se tem uma visão como no texto. estamos mudando sim. mas isso é normal. não tem certo ou errado nisso tudo, são valores que estão enraigados na sociedade e que mudam com o tempo e de acordo com o "rumo" que a história toma. Oras, isso da muito mais discussão...

Bruna disse...

Não da pro con hecer ngm pelo modo como se veste ou fala... O poder de compra não defini um pessoa por completo.... Seria como simplesmente aceitar que eu sou chata pelo simples fato das pessoas pensarem isso de mim na 1 vez que me veem...... E vc sabe que não é assim......

Rica disse...

Não é isso que o texto tá flando.

Unknown disse...

podemos não entender 100% da pessoa pelo modo que ela se veste, pelo que ostenta, mas são pistas de seu comportamento. A gente se veste, se penteia, se molda, para os outros. São os signos que identificaram nossa personalidade aos outros, por isso as pessoas de gostos musicais aprecidos, por exemplo, se vestem de forma parecida também.

The Dig disse...

eu vou dleetar esse coment depois e responder isso uma outra hora com mais tempo, mas eh extremamente... EH!

The Dig disse...

parabéns ricardo. que texto fudido! eu vo ser sempre esse tipo de gente que reclama dessa porra mesmo. hehe. quando a gente sofre de perto na pele coisas parecidas com essa acaba vendo que o Nicolau aí tá muito mais que certo em ALERTAR o que está acontecendo.